terça-feira, 2 de agosto de 2011

"Um homem entra em um restaurante..."

O título original desta mensagem é A man walks into a restaurant... A short story. Considero-a como um meio de refletir a respeito de nossas escolhas e nossa "ética" do dia a dia perante os demais seres vivos... Sejam bem vindos ao Veganistas.


Este é um teste.

Um homem entra num restaurante.

Bom, na verdade, um homem e seu cachorro, um filhote de labrador fofíssimo...daqueles que você tem que parar e fazer um carinho quando vê na rua ou num parque. Uma jovem recepcionista se aproxima e diz para o homem que é proibido entrar com cães no restaurante, inclusive na área do terraço. Aí, o cachorro lambe a mão dela. “Ele é tão fofo”, se derrete, e diz ao homem que libera o cão só dessa vez, mas ele tem que ficar no colo do homem. O homem sorri e ela lhe indica sua mesa.

Depois de um minuto, um garçom se aproxima. Ele também nota a presença do filhote, mas diz para o homem que o proprietário não vai se incomodar; o restaurante é novo e diferente. “Nós somos um estabelecimento moderno e ecologicamente correto”, diz com orgulho, explicando que só servem alimentos sustentáveis e de criação e abate humanitários. O homem diz que é por isso que ele foi jantar lá; ele é ambientalista e adora esse conceito.

O garçom deixa o cliente por alguns minutos e então volta: “já escolheu?” O homem, que nem chegou a olhar o cardápio, sorri e diz, “Sim, gostaria que você cozinhasse ele”, apontando para o cãozinho.

O garçom solta uma risada nervosa: “Nós não servimos cachorro nesse restaurante. Aliás, tenho certeza de que isso é ilegal”. Não, corrige alegremente o homem, é perfeitamente legal tanto aqui quanto em vários outros estados. “E”, acrescenta, “é a carne mais ecologicamente correta por aqui”.

O garçom se encolhe, confuso, enquanto o cliente continua: “Vocês priorizam os alimentos sustentáveis, certo?” O garçom afirma que sim. O homem explica que 5 milhões de cães e gatos são sacrificados em abrigos todo ano e sua carne simplesmente descartada. Ele adotou seu cão de um abrigo. “Se você quer um alimento local e sustentável, comer a carne de animais abandonados ganha de longe de animais criados em fazendas, abatidos e que depois têm sua carne transportada por aí. Mate-o humanitariamente, oras, exatamente como você diz que os outros animais servidos aqui são mortos”.

“Mas é um cachorro” insiste o garçom encarando o homem, “comê-los é totalmente diferente e isso é nojento. Cães são como a nossa família, são inteligentes, carinhosos, são como nós.” O homem rebate rápido, “Mas porcos são mais espertos que cães. Aliás, são tão inteligentes quanto uma criança de 4 anos. Galinhas demonstram traços incríveis de personalidade, desde curiosidade a timidez e orgulho, e elas formam estruturas sociais extremamente complexas. Vacas também têm personalidades individuais. Elas inclusive lambem você, assim como os cães fazem, pra demonstrar afeição. E eu tenho certeza de que você concorda comigo que em termos de medo e sofrimento, tanto cães quanto porcos, galinhas e vacas são semelhantes.”

"Então, levando tudo isso em conta, diz o homem, qual é realmente a diferença se eu quiser comer esse cachorro?"

Sua tarefa: Responder a pergunta do homem.

3 comentários:

  1. É uma pergunta desnorteante. E a história realmente dá no que pensar e durante algum tempo. Mesmo que não tenha uma resposta pronta e imediata, ao menos o leitor ficará com a mesma durante algum tempo "tilintando" na cabeça.

    Abs! E viva esse novo espaço! :)

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  2. Texto perfeito, incrível. Uma ótima lição de moral. ((:

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  3. No Brasil, provavelmente ele chamaria a policia e o cara seria expulso e o cachorro levado a alguma ONG, isso seria documentado e criticado veemente. Já em algum país mais evoluído, ele não comeria o cachorro e nem outra carne, o garçom iria chamar o gerente ou se interessar pela conversa, isto se este restaurante em um país evoluído existisse...

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